Agricultores relatam perdas na cultura do milho, dificuldades no desenvolvimento das pastagens e cogitam vender as matrizes leiteiras.
O estado do Paraná, assim como a região Sul do Brasil, vem enfrentando uma estiagem que já se prolonga por aproximadamente quarenta dias. A falta de chuvas tem prejudicado o desenvolvimento da cultura do milho safrinha e das pastagens de inverno.
Os prejuízos variam de acordo com a época de plantio e localização das lavouras.
A cultura do milho é uma das mais afetadas. Nas lavouras em fase de floração e enchimento do grão estimam-se prejuízos acima de trinta por cento, sendo que, em alguns casos, a perda poderá ser total.
É o caso do agricultor familiar Francisco Lotti (Chico), do município de Coronel Vivida – PR, que semeou o milho na expectativa de fazer silagem e usar no consumo das vacas leiteiras, mas, infelizmente, a estiagem atrapalhou os planos.
Lotti conta que “a falta de umidade impediu o funcionamento do fertilizante, tornando as plantas fracas e desenvolvimento insatisfatório”. Chico também fez a semeadura da aveia de inverno, a qual “nem nasceu e a que nasceu está morrendo”, lamenta ele. Com a falta de pastagem e silagem, Lotti cogita a venda de parte dos animais.
Caso semelhante é do agricultor familiar Moacir S. Andrade, também de Coronel Vivida – PR. Andrade afirma que sua lavoura de milho não recebe chuva há pelo menos 40 dias, “se não chover nos próximos dias, a produção de silagem ficará comprometida e serei obrigado a vender algumas vacas para o açougue, pois não terei alimento suficiente para todo o plantel”, diz ele.
A estiagem aprofunda a crise na produção de leite na agricultura familiar, que já sofria com o alto custo e agora a falta de alimentação animal agrava a situação. Esses fatores estão levando muitas famílias a desistir da atividade.
Foto: Moacir S. Andrade