‘Existe uma vida no espaço rural, ele não é só um espaço de produção’, fala Marcos Rochinski
— Por Jaine Vergopolem —
A Caravana da Agricultura Familiar acontece desde 2014. Foto: Jaine Vergopolem.
https://drive.google.com/file/d/1jL9aAc1bHq3cuiJiYcwNZvilaLLYfg5T/view?usp=sharing
Na última quinta-feira (25), a cidade de São Mateus do Sul sediou o encerramento da Caravana Estadual da Agricultura Familiar. A proposta dessa edição foi “Desenvolvimento Sustentável” e o lema “Grito da Agricultura Familiar Paranaense: Pela vida, por direitos, para alimentar e garantir a dignidade no campo e na cidade.”
A Caravana é uma promoção da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Paraná (Fetraf-Paraná). Essa última etapa contou com apoio do Observatório dos Sistemas Tradicionais e Agroecológicos da Erva-mate, CEDErva, ECOARAUCARIA, CEASOL, Ministério Público do Trabalho do Paraná, Coletivo Triunfo, Rede de Sementes e Agroecologia (Resa) e a AS¨PTA.
Segundo o Secretário de Formação da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Contraf-Brasil), Marcos Rochinski, a Caravana foi extremamente importante para a sociedade. Desde o início, ela trata de temas como a previdência social e a juventude. E fecham o evento com ‘chave de ouro’ neste ano também, trazendo para discussão, que “a agricultura familiar é um modelo de produção capaz de colocar comida de verdade na mesa, e pensar num Brasil com segurança e soberania alimentar.”
“A agricultura familiar para nós é o centro do desenvolvimento sustentável. Não tem como discutir preservação ambiental no estado e no país sem primeiro pensar em preservação ambiental, desenvolvimento social e, fundamentalmente, na produção de alimentos saudáveis.”
explica Marcos Rochinski.
Nesta edição do encontro da agricultura familiar o representante da Resa e assessor técnico da AS ̈PTA, André Jantara, fala que este foi “um momento que aguardavam para estar fazendo a troca de sementes e a comercialização, que é uma forma de geração de renda, e a gente vê que funcionou, mesmo ainda não podendo ir na casa do agricultor. A feira superou as expectativas, teve vários expositores e trouxe uma grande diversidade de produtos.”
O observatório, segundo fala da Procuradora Dra. Margaret Matos de Carvalho, vem para a discussão não só para propor questões relacionadas à renda, mas para melhorar a qualidade de vida das pessoas e ampliar a preservação do meio ambiente, através da difusão de suas propostas.
“Nós estamos lutando por uma política pública que, neste momento, ela ainda não existe. Lutar por direitos significa sempre uma luta coletiva, não pode ser um único órgão, uma única instituição ou um único grupo, a gente precisa de todo mundo. E a ideia era essa, trazer uma luta coletiva para melhorar a agricultura familiar.”,
explica a Procuradora.
Primeira Caravana após a pandemia da Covid-19. Foto: Jaine Vergopolem.
https://drive.google.com/file/d/17CSKd8AYKh1SowlFC6PeQ7KMSXfYud1w/view?usp=sharing
Valter Bianchini, Coordenador de Projetos FAO da Região Sul do Brasil da FAO (Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), coloca ênfase à questão da discussão sobre a formulação de uma cooperativa regional da erva-mate, que entrou em paralelo com a proposta do GIAHS – reconhecimento internacional concedido pela FAO no âmbito do programa Sistemas Importantes do Patrimônio Agrícola Mundial (SIPAM). Elaborado e no aguardo pelo seu reconhecimento.
Também parabeniza o movimento da caravana, que conta com uma presença muito forte de jovens e mulheres, e enfatiza a sua importância para a sociedade.
“Trabalhos como esse da caravana e de direito à terra, onde o governo tem de dialogar com as organizações e desse diálogo se forma um aprimoramento da política pública. Então, a caravana sempre com temas como previdência, juventude, cooperativismo. E hoje, com meio ambiente e sustentabilidade, uma pauta importante e que, certamente, vai se fortalecer.” diz Bianchini.